quarta-feira, 1 de junho de 2011

Biologia em todos os cantos II-Aterciopelados!

      Aterciopelados é a banda de rock mais popular da Colômbia e foi considerada uma das melhores bandas do mundo de todos os tempos. Há vinte anos fazendo sucesso com letras políticas e ambientais, o último disco da banda faz uma campanha de Educação Ambiental muito direta e interessante. Vou postar algumas músicas que tratam de problemas específicos da Colômbia, mas a banda tem outras músicas que podem ser utilizadas para conscientização ambiental. ( E, interdisciplinarmente, espanhol!)
      A Colômbia é um país dominado pelo narcotráfico e pela guerrilha armada. Os artistas, as pessoas simples, os indígenas e os pobres vivem oprimidos pela guerra civil entre autoridades federais e guerilhas. Essas duas canções falam diretamente sobre como essa guerra civil atrapalha a vida das pessoas e prejudica o meio ambiente. O plantio irregular de coca nas matas amazônicas da Colômbia causam um impacto ambiental imenso.

Vejam:

Produção da cocaína causa desmatamento e contaminação de solo e água. Uso de desfolhantes reduziu plantio, mas também pode prejudicar floresta.

Se no Brasil a floresta tropical é ameaçada pela exploração madeireira, expansão da agropecuária e garimpos irregulares, na Colômbia o plantio de coca é um complicador a mais para a conservação de sua porção amazônica, que corresponde a 42% do território do país.

A coca, que há séculos faz parte da cultura dos povos indígenas na região, passou a ser produzida ali com fins “comerciais”, ou seja, para virar matéria-prima para cocaína, principalmente a partir dos anos 90, segundo explica o pesquisador Carlos Ariel Salazar, do Instituto Amazônico de Pesquisas Científicas (Sinchi, sigla em espanhol).

Antes, os grandes cartéis, como o de Pablo Escobar, usavam a região apenas para manter laboratórios de refino escondidos no meio da selva, enquanto áreas não amazônicas concentravam as plantações (ainda hoje elas têm a maior parte delas).



No entanto, desde então, o combate sistemático por parte do governo diminuiu sua presença. “Em meados dos anos 90 tínhamos cerca de 1600 quilômetros quadrados de plantações de coca na Amazônia”, conta. Desde então, a área total foi reduzida em cerca de 75%.

O governo colombiano, em parceria com as Nações Unidas, criou um programa para divulgar mundialmente os danos ambientais causados pelo uso de drogas. Segundo este programa, o uso de 2 gramas de cocaína equivale à destruição de 8 metros quadrados de floresta tropical.

Para Salazar, não é possível associar o plantio de coca ao desmatamento de uma forma tão direta, já que muitas vezes se aproveitam áreas que não foram desmatadas com o propósito de se produzir a coca, assim como ocorre no Brasil, onde terras devastadas para a produção de carvão vegetal, por exemplo, acabam virando pastos. Ainda assim, trata-se de um fator de pressão sobre a floresta.

Outro problema apontado pelo governo colombiano é que, para adubar o solo pobre das regiões de selva, os plantadores de coca usam até dez vezes mais agrotóxicos que os produtores de plantas legais.

Desfolhantes

Também o combate ao cultivo de coca pode ser prejudicial à floresta, já que uma das técnicas para destruir as plantações é lançar desfolhantes sobre elas com aviões. “Na Amazônia há duas bases de onde saem aviões com desfolhantes”, aponta Salazar.

O uso desse tipo de produto químico é mais necessário na região de selva do que nas áreas montanhosas da Colômbia, pois em muitos casos as plantações são protegidas por guerrilheiros como os das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O pesquisador do Sinchi afirma que o efeito prejudicial dos desfolhantes sobre a floresta ainda está sendo estudado por instituições governamentais e não-governamentais. “Não há resultatos conclusivos sobre os danos. É uma discussão mais ideológica do que técnica ou científica”, diz Salazar.

De uma forma ou de outra, explica o pesquisador, nas áreas de reserva a erradicação da coca é feita manualmente, já que a fumigação ali é proibida por lei.

A poluição dos rios e da terra é outro efeito negativo da produção de cocaína. Segundo o governo colombiano, cada hectare (10 mil metros quadrados) de plantação resulta em aproximadamente 7,4 quilos da droga para ser vendida no varejo.

Para refiná-la são necessários 647 quiilos de cimento, 912 litros de gasolina, 8 litros de ácido sulfúrico, 11 litros de amoníaco, além de outros produtos químicos que acabam sendo despejados nos rios ou no solo.

A banda Aterciopelados tem um programa de combate aos desfolhantes ( e também a plantação de cocaina para o narcotrafico), mas a banda defende nas músicas a cultura indígena, que usa as folhas de coca em seus rituais e a banda combate também o uso dos desfolhantes, que além de destruírem as plantações de coca, destroem uma série de ecossistemas junto.

Esse clipe (Tréboles) mostra um pouco da guerra civil colombiana e mostra as culturas indígenas que vivem na região e são oprimidas pelo combate ao narcotráfico.

 

Canción Protesta protesta diretamente contra os desfolhantes, contra o desmatamento e contra as más vibrações!

Essa música, "Rio" é uma campanha de Educação Ambiental em prol da despoluição do Rio Bogotá, que é uma espécie de Tietê de Bogotá!

2 comentários:

  1. Por meio de uma associação do consumo da maconha aos negros, estudiosos do tema sentiam que a nação estava “ameaçada” pelo uso da planta e por essas populações consideradas indesejadas. Seguindo diretrizes internacionais, o Brasil acabou por adotar uma política de demonização da maconha e higienização de sua população, “degenerada” desde o princípio por sua origem africana e tornando-se ainda mais “perigosa” pelo consumo de maconha.
    Relacionadas à cura e ao crime, ao amor e ao folclore, à religião e à biologia, as drogas estão presentes na vida humana há milhares de anos e não se tem notícia de sociedade que tenha existido sem que fizesse o uso de alguma substância psicoativa. Para o filósofo Michel Foucault, “as drogas são parte de nossa cultura. Da mesma forma que não podemos dizer que somos 'contra' a música, não podemos dizer que somos 'contra' as drogas”

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  2. Principalmente quando se trata desde contexto cultural e /ou religioso, acho que governos não deveriam nunca se intrometer nisso. O mesmo vale para a doutrina do Santo Daime, que por utilizar uma bebida que não é alucinógena, mas sim enteógena, ou seja, "algo que te conduz a Deus". Mas por envolver uma bebida muito forte a religião foi perseguidea e durante muito tempo foi considerada como religião de loucos e drogados, quando na verdade o Santo Daime recupera viciados em drogas terminais. No ano passado ou retrasado finalmente a Religião conseguiu aprovação para existir e os daimistas se sentiram um pouco aliviados do estigma de drogados quando são na verdade pessoas muito decentes! Waldir

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