sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pequenas ideias, grandes teias !

Uma pequena ideia é antes de nada um emaranhado no qual várias outras se entrelaçam, se esbarram, se encontram. E disso aparecem várias outras hipóteses, dúvidas, que se entrelaçam constituindo uma rede de conhecimentos infinitos.Dessa forma vê-se que somos seres formados por inúmeros convergências e contradições.

Constituímos, a era da comunicação, a informação viaja um lado a outro do globo em uma fração de segundos, e não importa qual é o tipo dessa informação, ela simplesmente flui, lixo digital ou não, mecanismos de ditadura, da beleza, do pensamento, do sentimento, tudo viaja por esse universo e de alguma forma é incorporado como parte de nós. O estranho e talvez até engraçado, é que a mídia que atinge grande parte da população, não é uma mídia preocupada com a construção de um ser pensante, questionador de si mesmo, mas sim de um ser que se satisfaça em praticar uma espécie de servidão voluntária, em um mundo que não se pensa; compra-se, que não se sente; vende-se.

E a vida acontece o tempo todo, a gente cresce, guardamos as lembranças de um tempo bom, mas que não volta mais, perdermos pessoas queridas e ganhamos outras muito queridas também. E a às vezes a gente para e pensa, onde vai parar essa loucura toda? Onde vai toda essa vida? E talvez paremos de novo e pensamos que não vai a lugar algum, ou vai a todo lugar onde estejamos prontos para compartilhar boas ideias e sensações, onde nos libertamos de preconceitos, de padrões e sentimos o puro e simples prazer de viver.

E em uma parte da nossa insaciável construção (ou até desconstrução), vamos parar na escola. E escola nem sempre é uma coisa boa, há tarefas e regras e pessoas diferentes que vamos conviver durante muito tempo. E ali nesse espaço maluco, o conhecimento oferecido por um professor, será direcionado aos alunos. Antes de mais nada, independente do conteúdo, matemática, biologia ou história, vamos esquecer essa perspectiva hierárquica, e sempre passível de questionamento, não sejamos nem alunos e nem professores, mas seres a nós construir, tanto em conteúdo como em valores.

Quando o que se ensina é tão importante quanto o que se aprende, vivenciamos um verdadeiro conhecimento, "ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo". (Paulo Freire.)[1].

A biologia surge então só como mais um fio da rede de conhecimentos, tão importante como qualquer outro, é uma maneira de se estudar a vida e tudo que faz parte desse ciclo, desse “vir a ser” (Friedrich Nietzsche)[2]. O desafio desse ensino está em emaranhá-lo há um conjunto de interações que acontece dentro de cada um, e entre o um e o outro, o que quer seja, onde quer que esteja[3].



[1] Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Nasceu em Recife dia 19 de setembro de 1921, e faleceu em São Paulo em 2 de maio de 1997. Visite: www.paulofreire.org .

[2] Influente filósofo alemão do século XIX. Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844 Weimar, 25 de Agosto de 1900).

[3]Fritjof Capra (Viena, Áustria, 1 de fevereiro de 1939).Desenvolve trabalho na promoção da educaçãoecológica. “Uma das mais importantes considerações da compreensão sistêmica da vida é a do reconhecimento que redes constituem o padrão básico de organização de todo e qualquer sistema vivente. Ecossistemas são entendidos em forma de teias de alimento (i.e., redes de organismos); organismos são redes de células; e células são redes de moléculas. Rede é um padrão comum a todo tipo de vida.Onde quer que nos deparemos com vida, constatamos redes.


Por Helena Lopes

Um comentário:

  1. E mais uma vez a história de redes...Gosto de pensar nisso porque estamos inseridos num mundo em que tudo esta relacionado com tudo, mesmo que essas relações não sejam abordadas no nosso dia dia nem nas escolas.Precisamos abandonar algumas ideias individualistas e começar a pensar no coletivo.Precisamos de discussões que abordem este tema para trabalharmos isso no nosso individual, assim nos formamos educadores reflexivos e ao mesmo tempo estaremos contribuindo para que o sentido do aprendizado não ocorra somente do professor para o aluno e sim também do aluno para o professor,uma construção coletiva.

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